quarta-feira, 29 de abril de 2009

Dever de casa

Apenas um gol, marcado pelo limitado zagueiro-lateral-direito O’Shea, diferenciou o clássico inglês desta quarta-feira em relação ao insosso empate entre Barcelona e Chelsea. Duas partidas movimentadas, mas longe do nível da competição, principalmente se comparadas às quartas-de-final. Em Old Trafford, o Manchester United foi superior ao Arsenal e até merecia uma placar mais elástico, mas ficou mesmo no 1 a 0.

A equipe de Sir. Alex Ferguson adotou uma postura ofensiva desde o minuto inicial, e acabou recompensada aos 17, quando Carrick fez boa jogada já dentro da área dos Gunners e contou com um desvio em Silvestre para a bola sobrar limpa para O’Shea: 1 a 0. Mesmo com a necessidade de mudar de postura, o Arsenal esbarrava na falta de material ofensivo - qualitativo e quantitativo - diante de uma marcação eficiente dos Red Devils. Adebayor, muitas vezes isolado, e Fàbregas, o cérebro do time, não renderam o esperado, ainda que Arsène Wenger não pudesse contar com van Persie e Arshavin, este último não inscrito na melhor competição de clubes do mundo já que atuou pelo Zenit.

No fim, uma vantagem simples, como um dever de casa, de um time superior individualmente e coletivamente, mesmo sem Rooney nos seus melhores dias. Cristiano Ronaldo, que não tem a obrigação de decidir todos os jogos, esteve bem e colocou Almunia para trabalhar. Ainda mantenho os meus palpites iniciais, quase que um senso comum: Manchester United e Barcelona vão à Roma no próximo dia 27. Alguém discorda?

Manchester United: Van der Sar, O'Shea, Ferdinand (Evans), Vidic e Evra; Fletcher, Carrick e Anderson (Giggs); Cristiano Ronaldo, Tevez (Berbatov) e Rooney. Técnico: Sir. Alex Ferguson.

Arsenal: Almunia, Sagna, Touré, Silvestre e Gibbs; Song, Diaby e Fábregas; Walcott (Bendtner), Nasri e Adebayor (Eduardo da Silva). Técnico: Arsene Wenger.

Centro Sportivo Alagoano

O momento do CSA, algoz do Santos, pela estudante de jornalismo de Maceió, Gabriela Moreira.

Uma das maiores zebras da Copa do Brasil é azul e branca, vem do nordeste e atende pelo nome de Centro Sportivo Alagoano, ou simplesmente CSA.

Em Alagoas, a equipe briga para não ser rebaixada. No domingo, passou perto. Em um jogo que seus torcedores consideraram um teste para cardíacos, o Azulão do Mutange fez os dois gols que precisava nos cinco minutos finais da partida, ganhando do Murici por 3x2. Mas essa vitória não garantiu sua permanência na primeira divisão do estadual. Ainda lhe falta muito mais. Um duelo de gigantes contra o seu maior inimigo, o CRB, e mais uma combinação de resultados.

Ah.. mas se no campeonato estadual a situação azulina é delicada, na Copa do Brasil é só festa. O CSA ainda não perdeu na competição. Até agora, um empate e três vitórias, incluindo o inesquecível 1x0, na Vila Belmiro, contra o Santos. E o próximo desafio da equipe alagoana será o Coritiba, que vem embalado. Venceu o Clássico Atletiba e adiou a decisão do Campeonato Paranaense para o próximo domingo. Não será nada fácil vencer o time comandado por René Simões, mas o CSA vem que vem, de mansinho...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Não tão distantes

Não estamos tão longe do futebol europeu. O pouco tempo de treinadores pelos clubes grandes não é mais só nosso privilégio.

No Velho Mundo, o primeiro grande caso da temporada foi o de Felipão no Chelsea. E ,ontem, Klinsmann foi demitido do Bayern de Munique por seus resultados medíocres na temporada, entre eles as goleadas para o Wolfsburgo e Barcelona. Casos como o de Sir. Ferguson e Arsene Wenger são tão raros como o de Muricy Ramalho é por aqui. Ninguém mais tem a segurança de que o seu contrato será cumprido até o fim. Só os bons resultados são a garantia. Às vezes, nem isso.


Felipão esteve até cotado para assumir o Bayern, mas agora só se for para a temporada que vem. O que pode acontecer, pois o treinador que foi contratado, Jupp Heynckes, só fica nas últimas cinco rodadas da Bundesliga.Não seria uma má idéia para Luiz Felipe. Treinaria mais um grande europeu, além de ir morar em uma bela cidade.

Outro caso parecido com vários nossos é o do treinador do Olympique de Marseille, líder da League 1. Com cinco pontos de vantagem (e um jogo a mais) do que o Bordeaux, Eric Gerets afirmou que vai sair no término da temporada, independente de ser campeão ou não. Eric vai trabalhar no Al Hilal Riyad, onde receberá 200 mil euros por mês. Tentador, não? O dinheiro árabe seduz não só por aqui.

É entre essas e outras, que vemos que não somos tão diferentes.

domingo, 26 de abril de 2009

Os pecados do Santos

Como o Arquibaldos está desacreditado quanto à uma vitória do Santos por três gols de diferença sobre o Corinthians, no próximo domingo, no Pacaembu, resolvi listar os pecados cometidos pelo bom time de Vagner Mancini durante toda a semana. Por sinal, de quarta a domingo tudo o que era sonho virou pesadelo na Vila Belmiro. E dessa vez nem a presença do Rei Pelé pôde salvar o Alvinegro Praiano...

Atuação de Ronaldo Fenômeno e do Corinthians de Mano à parte, vamos às infrações:

1. Excesso de confiança nem sempre é bom. E aí não há o que justificar as presenças de Lucio Flavio e Roni no time titular na última quarta-feira, contra o CSA.

2. Kleber Pereira foi merecidamente um dos artilheiros do Brasileirão, mas também viveu fases distintas dentro da própria competição. Nada que explique os gols perdidos na Vila, quarta e domingo, palco de inúmeros tentos em 2008.

3. Rivalidade é importante para o torcedor, clube, jogadores, mas o Santos não conquistará uma vaga na Libertadores via Paulistão. E, convenhamos, um 0 a 0 fora de casa também não é um resultado maravilhoso. O Peixe exaltou a final além da conta e vai acabar pagando o pato.

4. A dupla Pará e Germano na volância nunca foi o ideal para um time equilibrado também na marcação. O Corinthians, que está longe de ser só o Ronaldo, aproveitou-se do fato e, na base do contra-ataque, matou o jogo.

5. A defesa em linha deixou Júnior Amorim livre para, depois de se enrolar com a bola, fazer o gol da classificação do CSA, na última quarta. No domingo, foi a vez do Fenômeno fazer a festa. Alguma lição Mancini deve ter aprendido.

6. Fábio Costa, “O goleiro que não falha em decisões”, se posicionou muitíssimo mal no gol de Chicão. E, genialidade do Fenômeno à parte, estava adiantado além da conta no terceiro do Corinthians. Erros em finais não costumam ser perdoados.

Quem disse que Santo não comete pecado?

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Barcelona que fala “tchê”


Fundado em dezembro de 2000 e traduzido de forma literal, o Barcelona Futebol Clube, do Rio de Janeiro, é uma réplica de seu homônimo, inclusive no uniforme. Embora não possua um décimo da representatividade do gigante espanhol e que, muito provavelmente, precisaria de algumas décadas de glórias para poder ser comparado aos Culés. Estética à parte, é um pouco abaixo no mapa, mais precisamente em Porto Alegre, onde reside a maior esperança de gols na temporada, tal qual a máquina azul-grená: trata-se do Sport Club Internacional.

É bem verdade que o Colorado disputou, até então no ano, apenas o Campeonato Gaúcho – vencido de forma brilhante e invicta – e as duas primeiras fases da Copa do Brasil. De adversários que disputarão a Série A, apenas o Grêmio está incluso na lista de vítimas da equipe do técnico Tite, que não terá de encarar o Chelsea nas duas próximas semanas pelas semifinais da Liga dos Campeões, por exemplo.

O que mais me despertou a atenção, no entanto, é a média superior a três gols/jogo em toda a temporada: 3,04, contra “apenas” 2,69 gols/jogo do Barcelona. Muito, claro, graças ao poderoso trio Nilmar-Taison-Alecsandro, este último reserva, responsáveis por 46 dos 76 gols colorados na temporada – como exemplo da grandiosidade dos números, Corinthians e Santos, finalistas do Paulista, somam 73. Todos regidos pelo maestro D’Alessandro, que definitivamente reencontrou o seu futebol no Beira-Rio. Ainda que com Riquelme, uma convocação para a seleção de Maradona seria apenas o reconhecimento de um trabalho genial e eficiente.

Outro ponto positivo é o equilíbrio tão preservado por Tite em suas coletivas. Se o ataque tem beirado a perfeição, a defesa mantém uma média de 0,64 gols sofridos por jogo (16 em 25 partidas), enquanto o Barcelona, com praticamente o dobro de partidas, possuí média de 0,80 (42 em 52 jogos). Quando se fala em aproveitamento, então, a vantagem do Inter é ainda maior: 88% dos pontos conquistados, contra 80,1% do outro lado do mundo.

Diferentemente de 2007, o Colorado conta também a seu favor opções no banco de reservas que o deixam como favorito à qualquer competição no ano. Sorondo, Marcelo Cordeiro, Rosinei, Andrézinho, Giuliano, Alecsandro e Walter teriam vaga em alguns clubes da Primeira Divisão em 2009.

É notório que os estaduais, todos inchados, pouco contribuem à competitividade. Assim como o Campeonato Paulista possuí times de melhor qualidade em relação ao Gaúcho. Mas, no futebol jogado, não são muitos os times que têm o privilégio de serem comparados ao Barcelona de Xavi, Iniesta, Messi, Henry e Eto’o. O Internacional é um deles – eu diria o único das Américas.

Os adjetivos ficam por conta de vocês.

Em tempo: se o Inter levou a melhor em 2006 com Elder Granja, Rubens Cardoso e Wellington Monteiro, por que não venceria num hipotético confronto em 2009? A propósito, o Barcelona é muito mais time, mas nada impede que o feito seja repetido.

As primeiras zebras da Copa do Brasil

E já apareceram as primeiras zebras da Copa do Brasil. Uma vem de Alagoas e a outra de Campos-RJ. São elas o Americano e o CSA, que eliminaram Botafogo e Santos, respectivamente. Me desculpem o termo, mas é uma vergonha para times deste calibre caírem tão rapidamente em uma competição que é passaporte para a Libertadores. Principalmente o Santos. Só por que tem uma final de Campeonato Paulista no fim-de-semana, vai começar com parte das principais peças no banco? Meu amigo, o desgaste é mínimo. Vale lembrar que o jogo de quarta foi na Vila Belmiro, mesmo lugar onde será o jogo de domingo. E aí fica a pergunta no ar: é melhor enfrentar o Corinthians um pouco mais cansado e com os deveres cumpridos, ou chegar à uma decisão de cabeça inchada por ter sido eliminado pelo CSA? As respostas à essas perguntas virão nos próximos domingos.

E tem mais. No fim das contas, é mais importante ser campeão paulista do que da Copa do Brasil? Como já dito, a competição nacional é passaporte para a Libertadores. E o Paulista? É passaporte pra quê? Também vale destacar a penca de gols desperdiçados pelo alvinegro, principalmente por Kléber Pereira, que entrou no decorrer do jogo.


Já o Botafogo pode reclamar da má sorte. Jogou com o time principal nas duas partidas, mas apareceu o tal do azar. Perdeu em Campos por 2 a 1. No jogo de volta, não foi bem, mas foi melhor do que o Americano. Estava sendo eliminado até os 45 do segundo tempo, quando Maicosuel fez uma linda jogada e marcou um golaço: 2 a 1 para o Bota. Na disputa de pênaltis, Maicosuel foi o único a usar da paradinha (essa foi absurda, por sinal) e foi o único a errar; bola na trave.

O grau dessa derrota ainda não dá pra dizer. Mas na partida seguinte, final da Taça Rio, deu para perceber um certo abatimento na equipe. Se foi total culpa da eliminação é difícil dizer. Mas uma certa diferença fez sim. E agora na final? Também será sentida?


Confira os confrontos das oitavas-de-final:

Vasco x Icasa
Atlético-MG x Vitória

Corinthians x Atlético-PR
Fluminense x Goiás

Americano x Ponte Preta
Coritiba x CSA

Flamengo x Fortaleza
Internacional x Náutico

Será que teremos mais uma zebra simpática nas quartas-de-final? CSA e Icasa são os principais candidatos. Aguardemos os próximos capítulos da imprevisível Copa do Brasil.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O grupo que honra


O relógio marcava 29 minutos do segundo tempo quando Vandinho empurrou Jara e fez o segundo do Sport, na pulsante Ilha do Retiro. Gol que classificou o Rubro-Negro merecidamente pela primeira vez na história para as oitavas-de-final da Libertadores e, de quebra, transformou a partida entre Colo Colo e Palmeiras, em Santiago, numa verdadeira decisão.

Os chilenos, que já venceram no Palestra Itália, têm a vantagem do empate e as más atuações do desequilibrado Palmeiras a seu favor, que ainda terá de se virar sem jogadores importantes para o grupo, como Edmílson e Sandro Silva.

Vale ressaltar que atual campeã LDU ainda depende de um milagre para continuar na competição. Algo como uma goleada sobre o Sport, em casa, e um placar elástico também em Santiago, de preferência dos mandantes, que possuem um saldo a mais do que os paulsitas (5 a 4). Por sinal, algo que possa ser o diferencial num desempate contra o próprio Sport, caso não resista à altitude de Quito.

Diante de tanta previsibilidade nesta segunda fase e líderes com quase 15 pontos, o Grupo 1 honra a denominação de “Grupo da Morte”. A quarta-feira promete. Apenas mais uma de tantas épicas que virão por aí.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Hora de juntar o cacos

Fluminense: Fernando Henrique, Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Júnior César; Ygor, Arouca, Conca e Thiago Neves; Cícero (Dodô) e Washington; Técnico: Renato Gaúcho.

Do brilhante time que conquistou o vice-campeonato da Libertadores, restaram apenas quatro. Do quarteto remanescente, um deles (Thiago Neves) saiu, voltou e em julho já não estará mais no clube – portanto restarão apenas três.

Como pode um time tão sólido e consistente se dissolver em menos de um ano? Para alguns, o desmanche é visto como um processo inevitável, contínuo e natural. Para mim, é o oposto daquilo que se pode chamar de planejamento futebolístico.

De julho do ano passado para cá, houve mudanças drásticas. As coloridas festas nas arquibancadas do Maracanã foram substituídas pelo abatimento em função da perda do tão sonhado título continental. A torcida se desiludiu, o time se desmantelou por completo e apenas lutou para não ser rebaixado no Brasileirão.

Credenciado por ter livrado o tricolor da degola, René Simões foi mantido no cargo para 2009. E, na contramão da crise financeira que assola o mundo, a patrocinadora do clube continuou investindo pesado.

Mas, ao contrário do ano passado, o time não se encaixou. René não resistiu à pressão e deu lugar a Parreira (que também não conseguiu dar padrão tático à equipe). E os maus resultados neste início de temporada evidenciaram a crise existente nas Laranjeiras em razão das más escolhas na montagem do elenco tricolor.

Contratados a peso de ouro, Leandro (agora entendo a facilidade com que Luxemburgo o liberou), Leandro Amaral e Diguinho não vingaram. E apostas como Leandro Domingues, Xandão e Roger já deixaram o clube. Desta forma, a solução encontrada pela diretoria foi contratar Fred e Thiago Neves, como forma de 'mostrar serviço' à torcida.

Em menos de um ano, o Flu perdeu a base de seu time, sua identidade, seu encanto. O tricolor destruiu aquilo que havia construído. E a reconstrução não veio. É preciso corrigir os erros enquanto há tempo. É hora de juntar os cacos. O momento é delicado, mas apostar na boa garotada de Xerém, realizar contratações criteriosas (que realmente irão agregar valor ao elenco) e se desprender de soluções ilusórias ainda são as melhores saídas para sair do marasmo.

Liverpool 4 x 4 Arshavin

Mais um jogo espetacular na Inglaterra com oito gols. Novamente com o Liverpool em campo, e novamente com os Reds se dando mal com o placar. Com o empate de 4 a 4, em Anfield, o time da terra dos Beatles até chegaram à liderança, mas com dois jogos a mais do que o Manchester United. Parece que o jejum de 19 anos sem títulos não vai acabar nessa temporada.

O nome do jogo foi Arshavin. O russo fez nada menos do que os quatro gols dos Gunners no jogo. Já pelo lado do Liverpool, os marcadores foram Fernando Torres e Benanyoun – cada um fez dois. Gerrard, lesionado, mais uma vez não jogou. Sem dúvida, o Liverpool sofre da Gerrard-dependência: dois resultados negativos sem a presença do capitão. Obs: o Arsenal também não contou com Adebayor e nem com Van Persie.

No início, parecia que os donos da casa iriam massacrar. Dominavam o campo todo, defendiam bem e atacavam com inteligência. Fabiansky foi muito bem e mudou a história do jogo ao não deixar que os Reds abrissem o placar. Eis que surge Mascherano, que falha incrivelmente, e Arshavin faz o primeiro do jogo.

Só no segundo tempo os donos da casa conseguiram converter em gols a superioridade. Viraram o jogo em dez minutos – vale destacar a cabeçada “suicida” de Benayoun no segundo gol -, mas aí resolveram parar. A bola castiga, amigo. Arshavin fez mais dois gols e colocou o Arsenal na frente de novo. O que foi a “assistência contra” de Fábio Aurélio no terceiro gol dos Gunners?

O Liverpool conseguiu empatar novamente e foi com tudo pra cima. Até que aos 45 minutos, em um contra-ataque perfeito, Arshavin fez 4 a 3. Fim de jogo? Não para quem sonha com um título há 19 anos. O Liverpool ainda voltou a empatar com Benayoun, e o jogo acabou assim: 4 a 4.

Liverpool: Reina, Arbeloa, Carragher, Agger, Fábio Aurélio; Mascherano, Xabi Alonso, Benayoun, Kuyt (El Zhar), Riera (Babel); Fernando Torres. Técnico: Rafa Benítez.

Arsenal: Fabiansky, Sagna, Toure, Silvestre, Gibbs; Arshavin, Song, Fabregas, Denílson (Walcott); Nasri, Bendtner (Diaby). Técnico: Arsene Wenger.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Artilheiros sem grife? E daí?


De janeiro até abril, o Brasil ouviu muito falar de Washington, Kleber Pereira, Keirrison, Fred, Alex Mineiro, Nilmar, Ronaldo, Kléber... Todos atacantes consagrados e/ou acima da média no país. Mas outros dois artilheiros de estaduais chamaram ainda mais a atenção neste começo de ano. Ainda que sem grife, Taison e Diego Tardelli vêm fazendo os seus gols. E de forma decisiva.

Apontado como sucessor de Alexandre Pato pelo próprio jogador do Milan, Taison passou por um período de reafirmação no Internacional. Menos badalado do quinteto nos juniores que contava ainda com Talles Cunha, Tales, Walter e Guto, o atacante marcou 17 gols na temporada em 18 jogos como titular. Não à toa é titular indiscutível na equipe de Tite, campeã gaúcha de forma invicta. Nilmar, companheiro de ataque, marcou dois contra o Caxias e chegou aos 13 na temporada.

Diego Tardelli trilhou um caminho parecido. De promissor no São Paulo, o atacante não se firmou e foi parar no Flamengo. Na Gávea, fez gols nas finais da Taça Guanabara e na finalíssima do estadual, mas se machucou, não marcou no Brasileirão, e acabou negociado com o Atlético-MG. Em quatro meses atuando, Tardelli fez 22 gols na temporada (16 no Mineiro; 3 na Copa do Brasil e 3 no Torneio de Verão), e só um milagre o tira do topo da artilharia do estadual – Kléber, do Cruzeiro, estacionou nos 11.

Embora poucos possam ser aproveitados na seleção com freqüência, é fato que o Brasil produz cada vez mais bons atacantes. Vai ver é a geração da vez.

Confira outros atacantes menos badalados Brasil afora (alguns com certa justiça, diga-se):

Pedrão (Barueri) – 15 gols
Felipe (Goiás) – 15 gols
Rafael Moura (Atlético-PR) – 12 gols
Marcelo Ramos (Santa Cruz) – 18 gols

sábado, 18 de abril de 2009

A força de um quarteto decisivo


Um milagreiro chamado Kleber Pereira classificou o Santos para as semifinais do Paulistão, quando marcou os três na vitória sobre a Ponte Preta, na última rodada. Não satisfeito, deixou o seu nos dois jogos contra o Palmeiras. Neymar, de apenas 17 anos, conseguiu se desligar da superexposição e focar apenas no futebol. Como ótima promessa que é, fez o gol da virada na semana passada, na Vila Belmiro, e deixou o gigante não-literal Madson livre para marcar. Todos sob o comando do estrategista – não à toa adora um xadrez – Vagner Mancini.

O novo treinador assumiu o Santos em fevereiro. De lá para cá, foram 11 vitórias, 4 empates e apenas uma derrota, para o Corinthians. Contra o Palmeiras, venceu todas, inclusive a deste sábado, no Palestra Itália. E, caso haja um empate na semifinal de domingo, garantirá também a vantagem de dois resultados iguais na finalíssima.

Com as peças se encaixando, e os peões atuando como bispos, torres e rainhas, o Santos caminha mais forte do que se esperava para uma eventual decisão.

Palmeiras? É bom vencer a LDU na terça para não entrar de mini-recesso até o Brasileirão. Quem sabe se Keirrison voltar a jogar bem, ou se a defesa finalmente zelar pelo hino do clube. Maurício Ramos, Danilo e Fabinho Capixaba? Essa eu passo, Luxemburgo.

Quando a experiência se sobressai

No duelo dos “Wenger’s babies” contra os “Riddink’s seniors”, melhor para os Blues. A grande diferença do jogo de hoje (assistido por 88 mil pessoas no Estádio de Wembley) foi a participação dos homens que podem decidir. Enquanto Fabregas e Van Persie foram omissos, Lampard e Drogba chamaram a responsabilidade para si. Fácil perceber isso nos nomes do marcador. Gol do Arsenal: assistência de Gibbs e gol de Walcott; gols do Chelsea: duas assistências de Lampard e gols de Malouda e Drogba.

O primeiro tempo começou de uma maneira e terminou de outra. Enquanto o Arsenal era inteligente, jogava com calma, cadenciando o jogo; o Chelsea ia mal, com mais posse, mas sem saber o que fazer com a bola. Ballack estava sumido e Anelka tinha que buscar o jogo no meio de campo, para não ser acusado de omisso. Walcott abiu o placar, e os Blues se perderam de vez. Aí, o grande nome deste time apareceu. Lampard fez um lindo lançamento para Malouda, que driblou Eboue, e empatou. O panorama mudou, o Arsenal se perdeu e o Chelsea tomou conta de todos os setores do campo. Os Gunners com muito sacrifício não saíram perdendo na primeira etapa.

O segundo tempo foi bem mais morno, mas com o Chelsea sempre no comando. Fabregas e Van Persie continuavam sumidos pelo lado do Arsenal, que pouco produzia, enquanto que os Blues era levemente superiores. Quando o jogo parecia se encaminhar para a prorrogação, Lampard fez outro belo lançamento, Silvestre falhou, Drogba driblou Fabiansky e fechou o placar: 2 a 1 para o Chelsea. Wenger pode se lamentar de ter tirado Adebayor pouco antes de ter sofrido a virada. Mais uma vitória na conta da experiência do time azul, e também na de Guus Riddink.

Arsenal: Fabiansky, Eboue, Toure, Silvestre, Gibbs; Fabregas, Denílson (Nasri), Walcott, Diaby; Van Persie (Arshavin), Adebayor (Bendtner). Técnico: Arsene Wenger.

Chelsea: Cech, Ivanovic, Terry, Alex, Ashley Cole; Essien, Ballack, Lampard, Malouda; Anelka, Drogba. Técnico: Guus Riddink.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O que será de São Paulo e Palmeiras?

São Paulo e Palmeiras perderam seus capitães até o final do Campeonato Paulista, da Taça Libertadores e até parte do Brasileirão, principalmente o sãopaulino. O que será desses dois times sem seus capitães?

Rogério Ceni fraturou o tornozelo, e deve ficar fora por até seis meses, enquanto que Edmílson machucou o cotovelo e ficará fora por três. Rogério, além de capitão, é o grande líder do São Paulo. Na minha opinião e na de muitos, é o maior jogador da história do Tricolor Paulista, e, apesar de que não estava na melhor fase de sua carreira, fará muita falta, sem dúvida. Com ele no gol, a equipe se sente mais segura, se sente bem liderada. Rogério é querido por todos que já atuaram ao seu lado. Leandro, ex-atacante do São Paulo, por exemplo, já quer marcar um gol no Japão para poder homenagear RC.

Pelo lado do Palmeiras, Edmílson, além de capitão, é um dos jogadores mais experientes e com voz no time. Não creio que a liderança dele seja tão forte quanto a de Rogério. Acho que no Palmeiras, esse papel será sempre de Marcos (apesar deste não ter a braçadeira de capitão). Edmílson também é outro que não vinha tendo atuações espetaculares, mas estava sendo bem regular, e a sua falta será sentida no miolo da zaga.

Os dois farão muita falta aos seus times. Difícil dizer se uma possível eliminação na Libertadores teria essa como principal causa - falta de liderança. O Palmeiras está em situação mais delicada no torneio sulamericano, mas acho que Luxemburgo conseguirá dar a volta por cima com o time. O São Paulo já está classíficado, e deve ser o primeiro colocado do seu grupo. Agora, vamos pensar no mata-mata. Qual será o grau dessas ausências? No papel, os dois times têm, e de sobra, condições de dar a volta por cima. Mas o grande problema pode ser o tal do psicológico. Vamos esperar pelos próximos capítulos.

Pensando mais neste fim-de-semana, o que será de Palmeiras e São Paulo no Paulistão? Os dois perderam o jogo de ida, e precisam da vitória no fim-de-semana. Será a primeira partida dos dois sem os seus capitães. "Mas o São Paulo já jogou sem o RC no meio da semana", dirão. Sim, mas com um time de reservas, e este jogo não serve como parâmetro. O "vamos ver" mesmo é agora. Santos ou Corinthians se aproveitarão do atual momento de "choque" dos adversários? Ou São Paulo e Palmeiras se superarão, farão jus às suas melhores campanhas, e se classificarão?

Eu aposto no meio termo. Acho que a final será entre Corinthians e Palmeiras. E você, amigo? Aposta em quem?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

13 em 15


Se o Grêmio não merecia o único tropeço na Libertadores até agora – o empate em 0 a 0 contra o Universidad do Chile, no Olímpico, quando perdeu um caminhão de gols –, pode-se dizer que a vitória desta quarta sobre a própria “La U”, por 2 a 0, em Santiago, ficou de bom tamanho para a equipe do ainda (!) interino Marcelo Rospide. Ainda mais por ter carimbado, com 13 pontos em 15 disputados, a primeira colocação no Grupo 7 da Libertadores com uma rodada de antecedência.

Em campo, o Tricolor Gaúcho manteve a rotina na competição internacional: longe do brilhante, mas consistente, apesar da pressão sofrida em alguns momentos. Quem teve de trabalhar, como sempre – e bem –, foi o goleiro Victor. Léo, que por muito pouco não foi o autor da lambança do mês, abriu o placar aos 31 da primeira etapa, de cabeça. E viu Maxi Lopez ampliar, já no segundo tempo, num dos poucos contra-ataques que encaixaram.

À espera de Paulo Autuori e eliminado no estadual, o Grêmio tem um tempo precioso de treinos pela frente. Possivelmente para perceber que a defesa, mantida com os mesmos jogadores ou não, não é tão segura como a de 2008. Mas que a bela revelação Adilson pode dar mais frutos ao clube até do que Rafael Carioca. Souza e Ruy, que não jogou ontem, também têm se destacado, enquanto o ataque segue incerto.

De qualquer forma, ainda é cedo para opinar até onde o Grêmio pode chegar. De concreto, a melhor campanha da primeira fase da Libertadores. Apesar da facilidade na chave, não é pouco, não.

Em tempo: como faz camisa bonita esse time.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Corrida rumo ao Bi

E o Manchester United passou pelo Porto. Mesmo jogando no Estádio do Dragão, contrariou os que duvidavam da sua capacidade nesta temporada, e carimbou uma vaga nas semifinais da Liga dos Campeões.

O destaque até poderia ser outro – leia-se Rooney -, mas Cristiano Ronaldo teve mais um de seus lampejos decisivos e, com uma bomba de fora da área, marcou o único gol do jogo, aos seis minutos da primeira etapa.

A partir daí, administrou a vantagem, sempre com cautela, e sem deixar de atacar. Um futebol tático inteligente e que ainda contou com a boa atuação de sua defesa. Ferdinand, que desfalcou os Red Devils no jogo de ida, e Evra, o melhor lateral-esquerdo do mundo, foram os destaques.

Do lado do Porto, a destacar a garra de todo o time, que por muito pouco não conseguiu uma prorrogação. E, embora não tenha mostrado a qualidade de uma semana atrás, em Old Trafford, deixou a certeza de que não era qualquer surpresa. Não à toa caminha para o tetracampeonato português.

PS: se Hulk não conseguiu convencer, o também brasileiro Fernando teve mais uma atuação segura. A conferir.

Porto: Hélton, Sapunaru (Tomás Costa), Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Fernando, Lucho González (Mariano González) e Raul Meireles; Lisandro López, Hulk e Cristian Rodríguez (Farias). Técnico: José Gomes (substituto).

Manchester United: Van der Sar, O'Shea, Ferdinand, Vidic e Evra; Carrick, Anderson (Scholes) e Giggs; Cristiano Ronaldo, Berbatov (Nani) e Rooney. Técnico: Sir. Alex Ferguson.


Mais um passo importante para os meninos de Wenger

Sem grandes surpresas, o que era esperado ocorreu. Era muito difícil para o Yellow Submarine conseguir chegar às semifinais, e os “canhões” dos Gunners trataram de afundá-lo. A situação amarela era ainda mais delicada pois seu capitão e destaque, Marcos Senna, não jogou devido à uma lesão. Outro que também fez muita falta foi Cazorla, que não chegou a jogar nem a partida de ida. Não acredito que os dois mudariam a história do confronto. Mas vale o parabéns para os espanhóis, que foram longe na competição onde, geralmente, os fracos não têm vez.

O jogo foi inteiramente dominado pelos ingleses, que não deixaram em momento nenhum dúvidas sobre a sua classificação. E o placar foi aberto de maneira majestosa. Passe de calcanhar de Van Persie e lindo toque de cobertura de Walcott.

O início do segundo tempo até foi mais para o Villareal, mas a qualidade do time fez a diferença na hora das finalizações. E não demorou muito para o Arsenal se reestruturar. Adebayor marcou o segundo, e Van Persie, cobrando pênalti, fechou a conta: 3 a 0 para os Gunners. Não entram como favoritos nas semifinais, mas os meninos de Wénger jogam, e muito, como gente grande. Ninguém duvida.

Arsenal: Fabiánski, Eboué, Kolo Touré, Silvestre e Gibbs; Walcott (Denilson), Song, Cesc Fábregas e Nasri; Van Persie (Diaby) e Adebayor (Bendtner). Técnico: Arsene Wenger.

Villareal: Diego López; Ángel, Gonzálo Rodríguez, Godín e Capdevila; Cani (Jordi), Eguren, Bruno e Mati Fernandéz; Pires; Rossi. Técnico: Manuel Pellegrini.


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A propósito, as semifinais são estas, abaixo. Vale destacar a nova presença do intruso Barcelona entre os ingleses. E dessa vez como favorito.

IDA
28/4 – Barcelona x Chelsea – 15h45m
29/4 – Manchester United x Arsenal – 15h45m

VOLTA
05/5 – Arsenal x Manchester United – 15h45m
06/5 – Chelsea x Barcelona – 15h45m

terça-feira, 14 de abril de 2009

Mera formalidade - Parte 2


Jogando “fora de casa” (o mando era do Ituiutaba, mas o jogo foi no Mineirão), o Cruzeiro goleou o Ituiutaba por 4 a 1, e, sem modéstias, garantiu a vaga na final do Campeonato Mineiro. A equipe azul não fez muito mais do que o esperado.

O time de Adílson Batista começou a mil por hora e abriu o placar com Wellington Paulista. Para não dizer que foi um sacode, o Ituiutaba empatou o jogo com Rodrigo Hote, assustando a maioria presente no Mineirão. Fim de primeiro tempo e 1 a 1 no placar.

Até os 34 minutos do segundo tempo, uma certa tensão permaneceu nas arquibancadas. O Cruzeiro pressionava e pressionava, mas não conseguia vencer o goleiro Jonatas. Mas um gol chorado de Kléber tratou de abrir a porteira do time do interior. Wanderley anotou o terceiro, em um chutaço, e Kléber fechou o placar: 4 a 1 para o time da capital. Fábio ainda tratou de não deixar dúvidas sobre a presença azul na finalíssima - fez duas defesas incríveis no final do jogo. Tudo resolvido. A situação do segundo jogo da semifinal do Cruzeiro é a mesma do Galo: mera formalidade.

Adílson Batista escalou Fábio, Jonathan (Jancarlos), Léo Fortunato, Gustavo e Gerson Magrão (Wagner); Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Bernardo; Wellington Paulista (Wanderley) e Kléber.

*Em tempo: O Cruzeiro praticamente acertou a volta do bom e experiente lateral Athirson. Entre clube e atleta já está tudo acertado. Para ceder Athirson, a Portuguesa exigiu o empréstimo de Wanderley, até o fim de 2009. Só falta a Portuguesa e o atacante se entenderem para a confirmação do negócio. Boa transação para o Cruzeiro.

Quem bate o martelo por Ernani?

Logo na primeira rodada da atual edição do Campeonato Carioca, tive a oportunidade de observar o bom lateral-esquerdo do Americano Ernani em ação contra o Vasco, em São Januário, diante daquela que se tornaria a primeira e única derrota do cruzmaltino na fase regular do torneio.

Veloz, canhoto e insinuante, Ernani me chamou a atenção logo de cara. Por conta das atuações destacadas no Carioca e em meio à escassez de talento que impera nos dias de hoje, o jogador despertou o interesse de grandes clubes do Rio de Janeiro. E para entendermos melhor a disputa em vigor por quem leva o atleta, vamos destrinchar os fatos.

- Ernani tem seus direitos econômicos (o antigo passe) presos ao Iraty, do Paraná, mas está emprestado ao Americano até o fim da participação do clube de Campos no Carioca e na Copa do Brasil (algo que deve ocorrer amanhã).

- Por ter 24 anos e uma certa rodagem no cenário nacional, o jogador não se trata de um investimento de risco, mas sim de uma aposta que pode render muitos frutos ao clube. Vide Edno na Portuguesa.

- Inicialmente, o jogador foi oferecido ao Botafogo. A notícia vazou na mídia, o alvinegro tirou o pé e não quis entrar em leilão.

- Já que Fernando Galhardo deixou o clube e Edu Pina não agrada, o Vasco apresentou uma proposta ao jogador para compor elenco, preenchendo a lacuna existente na reserva de Ramon, na lateral-esquerda.

- O Flamengo, no entanto, é quem entrou em contato diretamente com o jogador que, ao tomar conhecimento da iminente saída de Juan no meio do ano, viu ali sua grande chance de se tornar titular em um grande clube e, de acordo com o presidente do Americano, optou por atuar no clube.

- Homem forte da alta cúpula vascaína, José Hamilton Mandarino, porém, ainda acredita em um desfecho feliz na negociação.

- Mas mesmo com a insistência do mandachuva cruzmaltino somada à existência de um pré-contrato firmado com Ernani, como revela o empresário do próprio atleta, o que prevalece nos dias de hoje para um negócio se concretizar é a vontade do jogador.

Em suma: o Botafogo sondou, o Vasco ainda sonha, mas o Flamengo é quem, ao que tudo indica, o levará.

O Jogo do Ano

Simplesmente sensacional. O melhor jogo da atual Champions League, e um dos melhores da história da competição. Ficará na memória de todos os que assistiram. Principalmente dos torcedores que foram ao Stamford Bridge, sejam do Chelsea ou do Liverpool. Mais marcante ainda para os Blues, que viram o seu time classificado para as semifinais, com o placar de 4 a 4.

Os capitães das duas equipes não estiveram em campo, e fizeram muita falta. A ausência de Terry na zaga do Chelsea foi muito sentida, principalmente no primeiro tempo, quando a parte defensiva azul parecia perdida. Pelo Liverpool, nem se fala. Como Gerrard faz falta a esse time. Sua técnica, habilidade e, principalmente, a sua liderança são insubstituíveis. Mas fica a pergunta: será que com os dois em campo a história desse jogo seria tão magnífica? Passo.

Logo no início da partida, o Liverpool fez questão de mostrar que não estava morto. Pressionou, Fernando Torres perdeu um gol que não costuma perder, e os Reds abriram o placar em uma falta cobrada com inteligência por Fábio Aurélio. Logo em seguida, Xabi Alonso ampliou de pênalti, botando ainda mais fogo no jogo. Aliás, pênalti bem marcado. Pois agarrões na área são normais, mas não da maneira que este foi.

O Chelsea parecia morto, disposto a entregar um ótimo placar conquistado no jogo de ida. Mas os Blues têm Guus Riddink no banco, e o time voltou outro no segundo tempo. Os papéis se inverteram, e o Chelsea dominou. Drogba empatou em um lance bisonho de Reina. E rapidamente, Alex empatou em uma cobrança de falta violentíssima, lembrando Nelinho quando jogava pelo Cruzeiro - coincidência ou não, as duas camisas são azuis. Depois, Lampard virou o jogo em uma linda jogada do Chelsea.

Tudo resolvido? Para Rafa Benítez, que tirou Fernando Torres, sim (gravíssimo erro do treinador). Mas não para quem estava em campo. Lucas empatou, e Kuyt virou. Nossa! Que jogaço! De tirar o fôlego! O Liverpool ainda tentou, mas para fechar com chave-de-ouro, Lampard fez um golaço e fechou o caixão vermelho: 4 a 4.

Os dois treinadores começaram o jogo de um jeito e terminaram de outro. Rafa armou muito bem, mas errou feio no final; já Riddink começou apático e mudou o rumo da partida no segundo tempo. Quem pôde acompanhar este jogo sabe que o dia 14 de abril de 2009 entrou para a história da Uefa Champions League. Até agora, o Jogo do Ano.

Chelsea: Cech, Ivanovic, Ricardo Carvalho, Alex, Ashley Cole; Essien, Ballack, Lampard, Malouda; Kalou (Anelka), Drogba (Di Santo). Técnico: Guus Riddink.

Liverpool: Reina, Arbeloa (Babel), Carragher, Skrtel, Fábio Aurélio; Mascherano (Riera), Xabi Alonso, Lucas, Benayoun; Kuyt, Fernando Torres (N‘Gog). Técnico: Rafa Benítez.

Por enquanto, sem adversários

Virtualmente classificado graças à goleada no jogo de ida, o Barcelona fez o seu papel em Munique. Sem Henry, poupado, o time se limitou a tocar a bola e gastar o tempo, visivelmente com o freio-de-mão puxado.

O Bayern, já sabendo da dificuldade da tarefa, entrou em campo num ritmo só. Mas esbarrou na má fase de Luca Toni, que tem apenas 11 gols na Bundesliga. O italiano estava ora impedido, ora desperdiçando boas chances. Até que, já no segundo tempo, coube a Ribery, o craque do time, aproveitar ótimo passe de Zé Roberto, balançar na frente de Valdés e marcar um belo gol.

Nada que realmente tenha assustado o Barcelona. Tanto que, após algumas investidas com perigo – Lúcio, como sempre, salvou o Bayern em inúmeras oportunidades –, chegou ao gol de empate: uma troca linda de passes até a bola aparecer na medida para Keita. O volante não perdoou e empatou.

Futebol por futebol, a equipe de Pep Guardiola já superou o incrível time de 2005/2006, que contava com o endiabrado Ronaldinho. Resta saber se Messi, mais maduro, e companhia também irão atingir os incríveis resultados. Até a atual fase da temporada, o Barcelona ainda não encontrou adversários à altura.

Ah, para não ficar no muro, o Barcelona é favorito contra o Chelsea e qualquer time do mundo no momento.

Bayern: Butt, Lell, Lúcio, Demichelis, Lahm; Van Bommel, Ottl, Zé Roberto (Borowski), Sosa (Altintop), Ribery; Toni. Técnico: Jürgen Klinsmann.

Barcelona: Valdes, Daniel Alves, Puyol, Piqué, Abidal; Keita, Yaya Toure, Xavi, Iniesta (Hleb); Messi, Eto’o. Técnico: Pepe Guardiola.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O braço cansou?


Super-premiado, mega-artilheiro, e o maior ícone para a torcida são-paulina, Rogério Ceni alcançou mais uma marca neste domingo: o goleiro sofreu o gol milésimo gol com a camisa tricolor, o de Elias, o primeiro da vitória do Corinthians sobre o São Paulo, por 2 a 1, pelo jogo de ida das semifinais do Paulistão.

Fato histórico por si só, mas que chama a atenção sobre a fase ruim do goleiro que surgiu no Sinop, do Mato Grosso, em 1990, e fez um despretensioso teste no São Paulo para, desde então, gravar o seu nome na história do futebol.

Recentemente, Rogério falhou, com todas as letras, contra São Caetano, Defensor Sporting e Corinthians – neste último, salvo pela “trave de Gianluca Pagliuca” ou, para os mais críticos, culpado pelo gol de Cristian. Notável pela regularidade quase sempre com atuações seguras, o goleiro, em 2009, faz o caminho inverso e já mostra insegurança ainda não vista durante os quase 16 anos de Tricolor Paulista.

Apresentações extraordinárias como a do título do Mundial, diante do Liverpool, ou contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro de 2006, dificilmente sairão da memória dos torcedores. Ainda mais enquanto o time contornar qualquer erro com conquistas na já extensa sala de troféus.

Seria exigente demais cobrar gols do goleiro, que estacionou nos 83 – não marca desde 19 de outubro, no empate com o Palmeiras, no Palestra Itália, pelo segundo turno do Brasileirão. Muito menos uma postura de líder, algo que sempre foi, com ou sem a braçadeira. Se a defesa são-paulina tem o direito de se vangloriar, muito se deve a Rogério Ceni.

Embora sua principal obrigação, que é pura e simplesmente evitar os gols, não vem tendo o sucesso esperado. Depois de uma Libertadores, um Mundial, três Paulistas, três Campeonatos Brasileiros, um Rio-São Paulo... Será que o braço cansou?

Atualização, às 18h15: Rogério Ceni fratura o tornozelo e para por 4 meses. Não fui eu.

Girando o Velho Mundo

Vamos fazer uma breve análise das principais ligas européias:

*A Bundesliga é o campeonato mais emocionante. O líder é o Wolfsburgo, de Grafite; e até o quinto colocado, Suttgart, tem chances de ser campeão. A diferença entre um e outro é de apenas seis pontos. Para uma liga que praticamente muda de líder por rodada, isto não é nada. A decepção fica por conta do Werder Bremen, de Diego, que ocupa a décima posição e está longe da zona de classificação para as competições européias.

*Pela Liga Espanhola, o Real Madrid segue na dificílima corrida rumo ao Barcelona. A diferença de líder para vice-líder é de seis pontos, faltando oito rodadas. Gostoso é ver que o time merengue não joga a toalha de jeito nenhum. O que mais empolga na La Liga é a disputa para ver quem jogará a próxima Champions League. O Sevilla, "isolado" na terceira colocação, já está garantido. A briga está entre Valência, Villareal, Atlético de Madrid, Málaga e La Coruña. Pela parte inferior da tabela, fica a torcida para a permanência do Real Bétis e do Athletic Bilbao na Primeira Divisão.

*A Premier League já tem os seus quatro classificados para a próxima Champions League - não precisa nem dizer quais são os times. A dúvida é para ver quem leva o caneco. A diferença do líder, Manchester United, para o vice-líder, Liverpool, é de apenas um ponto. Mas vale lembrar que os Red Devils têm um ponto a menos. O Chelsea, na terceira colocação, até sonha, mas as chances são remotas. As decepções ficam por conta do Newcastle e do Manchester City. O primeiro por ser de tradição e estar muito próximo do rebaixamento. E o City pelo seu mal planejamento, e o seu péssimo técnico. É um time bilionário, mas que não teve inteligência na hora das contratações.

*Já o Calcio tem o seu campeão praticamente definido. É a Internazionale do craque Ibrahimovic. São dez pontos de diferença para o segundo colocado, a Juve. Este campeonato também tem suas atenções voltadas para ver quem dissputará a próxima Champions. Duas vagas já estão certas - Inter e Juve -. De resto, são quatro equipes lutando por duas vagas: Milan, Genoa, Fiorentina e Roma. O time da capital é o pior colocado deste grupo, principalmente pelo seu péssimo início de campeonato. O Milan está quase lá, e, pela tradição, acho que o Genoa fica pelo caminho.

*E na Liga Francesa, os tempos de soberania e títulos com "n" rodadas de antecipação do Lyon acabaram. O time de Juninho ainda tem grandes chances de levar, mas nesta temporada será bem mais difícil. O atual líder é o Olympique de Marseille, e a diferença para o sexto colocado, PSG, é de cinco pontos. Difícil apostar em um ou outro candidato. Mas fica a questão sobre o maior jogador da história do Lyon, Juninho. Será que a sua última temporada no Lyonnais será sem título?

**Muita emoção em todas as Ligas. Cada uma ao seu modo, seja na disputa pelo título, por competições européias ou na luta pela permanência na divisão principal. Faça suas apostas! As retas finais estão aí!

domingo, 12 de abril de 2009

Fla-Flu não aconselhável para cardíacos


O clássico de hoje foi como um Fla-Flu deve ser. Maracanã lotado, bola na trave, jogo decidido no detalhe e um lance que somente o Sobrenatural de Almeida, de Nelson Rodrigues, explicaria. Ah, que falta este grande escritor faz. Imaginem, amanhã, a explicação para a bola salva por Edcarlos no chute de Josiel...

Mas vamos ao jogo. O Flamengo foi melhor a maior parte do tempo e foi merecedor do resultado positivo. Nada espetacular. Talvez fosse muito bom se não tivesse perdido tantas oportunidades. Foram diversos contra-ataques desperdiçados ou parados nas mãos ou pés de Fernando Henrique.

Aliás, Fernando Henrique foi a grande figura do jogo. Defesas milagrosas e uma falha incrível no gol marcado por Juan. Ficam no ar as questões. Será que o Fluminense teria vencido se FH não tivesse falhado? Ou o tricolor teria sofrido uma goleada se fosse outro debaixo da baliza?

O Fluminense foi desorganizado, e a maioria de suas poucas oportunidades foram em bolas paradas. Já o Flamengo, como dito antes, não foi espetacular. Mas foi superior, melhor postado e com os seus talentos individuais funcionando melhor. Juan, por exemplo, além do gol, arriscou jogadas. Pelo lado tricolor, Fred ficou escondido a maior parte do tempo, e T. Neves cobrou uma falta na trave, e só.

Mas Fla-Flu é isso mesmo! 1 a 0, e decidido no detalhe!

Para a final do próximo domingo não há favorito. O Botafogo é um time mais bem organizado, enquanto que o Flamengo tem um grupo de jogadores melhor. Mas uma coisa é certa, será um grande jogo. Difícil dizer se o placar será elástico, como o de sábado, ou se será apertado, como o de hoje. Eu aposto na segunda opção. E você, blogueiro? O que achou do Fla-Flu? Já tem favorito para a final da Taça Rio?

Voltamos!


Pedimos desculpas à nossa audiência pela ausência de posts durante o feriado. Todos nós viajamos e acabamos ficando sem tempo (e sem internet) para postar. Mas hoje voltamos! Vamos analisar os principais confrontos da rodada, nacional e internacional. Acessem mais tarde. We're Back!!!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Na conta dele


Nem Ivanovic, autor de dois importantíssimos gols, nem Drogba, que selou a vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool, em Anfield, pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões. O cara do Chelsea se chama Guus Hiddink, técnico vencedor, sem medo, e que mudou a cara do time após a saída de Felipão.

Nesta quarta, até começou atrás do placar – Torres marcou para o Liverpool e deu a impressão de que os Reds iriam se impor dentro de casa. Só que Rafa Benítez não contava com a marcação individual de Essien em Gerrard, cérebro do time. Drogba e Lampard, no entanto, fizeram péssimas partidas. O que só prova que os resultados recentes do Chelsea devem ser creditados ao conjunto. Guus Hiddink e sua companhia já colocaram as duas mãos na vaga. Falta só levantar, na próxima terça, em Stamford Bridge.

PS: Fábio Aurélio e Lucas não fizeram jus aos pedidos de convocação para a seleção brasileira. E foram merecidamente substituídos por Rafa Benítez – embora o espanhol tenha trocado seis por meia dúzia, o que também explica o péssimo rendimento do time no segundo tempo. Alex, no entanto, já assumiu a vaga de titular no lugar do consagrado Ricardo Carvalho, mas foi ignorado por Dunga no último mês. Que coisa, hein?

The show man

O Barcelona é o show man da Liga dos Campeões. O que já estava provado e não era novidade, foi apenas ratificado nesta quarta, no Camp Nou. Em menos de 45 minutos, o time da Catalunha fez 4 a 0 (Messi, duas vezes, Eto’o e Henry), e abriu ainda mais a cicatriz do Bayern de Munique. Sem Lucio, que também não atuou na goleada sofrida para o Wolfsburg, restou aos bávaros se contentarem com a eliminação, ainda que precoce, para o melhor time da Liga.

É bem possível que o monopólio dos ingleses tenham um fim nesta temporada. O Barcelona, com o melhor trio ofensivo do mundo, já fez sua parte. Por sinal, Cristiano Ronaldo só atrapalhou o Manchester United na terça. Enquanto Messi decidiu mais uma vez. Alguém tem alguma dúvida sobre quem é o atual melhor do mundo?

terça-feira, 7 de abril de 2009

Surpresa agradável

Victor Canedo

Manchester United 2 x 2 Porto (Rooney e Tevez; Cristian Rodríguez e Mariano Gonzalez)

A forma recente do Manchester United poderia até não sugerir uma vitória avassaladora, mas é inegável que o empate com o Porto, em Old Trafford, foi surpreendente. Mais ainda pelos dois gols marcados pela equipe de Jesualdo Ferreira, que agora tem ótima vantagem para a partida de volta, na próxima quarta, quando pode empatar em 0 a 0 ou 1 a 1 para avançar às semifinais da Liga dos Campeões.

Enfraquecido sem a presença de Ferdinand, os Red Devils sofreram um bocado durante o primeiro tempo, principalmente quando o brasileiro Hulk caía pelo lado de O’Shea e Evans. E foi dali que saiu o primeiro gol, com o uruguaio Cristian Rodríguez. Sem merecer, o Manchester United até virou o placar, com Rooney – em falha incrível de Bruno Alves – e Tevez, aos 40 do segundo tempo. Mas o gol de Mariano Gonzalez, também no fim de jogo, soou como o mais justo.

Enquanto sonha com a dobradinha na Premier League e na Liga dos Campeões, Sir. Alex Ferguson pode acabar o ano em branco. E ver um outro time de vermelho brilhar...

Manchester United: Van der Sar, O'Shea, Vidic, Evans (Gary Neville)e Evra; Fletcher, Carrick e Scholes (Tevez); Cristiano Ronaldo, Rooney e Park (Giggs). Técnico: Alex Ferguson.

Porto: Helton, Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Fernando, Lucho González e Raúl Meireles (Tomas Costa); Cristian Rodríguez (Mariano González), Hulk e Lisandro López. Técnico: Jesualdo Ferreira.

Guilherme Maniaudet

Villarreal 1 x 1 Arsenal (Marcos Senna; Adebayor)

O Villarreal bem que tentou aprontar hoje para o desfalcado Arsenal, que ainda perdeu dois de seus principais jogadores por lesão na primeira etapa: Almunia e Gallas. O “Yellow Submarine” dominou o primeiro tempo de cabo a rabo. Marcos Senna abriu o placar com um golaço. Do outro lado, os Gunners estavam apáticos. Adebayor não conseguia fazer milagre isolado no ataque, Clichy não apoiava e nem defendia, Walcott se escondia e Fabregas tentava, mas nada conseguia - e ainda tinham os sustos que Djourou dava na zaga. Fim de primeiro tempo, os ingleses totalmente dominados e duas alterações já feitas. O que fazer, Arsène Wenger?

Não sei o que o técnico francês falou para os seus jogadores no vestiário, mas sei que o Arsenal voltou outro time. Com vontade de atacar, marcando bem e pressionando - como um time inglês deve ser. Já Manuel Pellegrini mexeu mal no seu time que ia bem. Adebayor conseguiu o empate com um golaço e o jogo terminou em 1 a 1. Resultado merecido.

No jogo de volta, os Gunners estarão mais fortes, principalmente com a volta de Van Persie. E Manuel Pellegrini vai ter se arrependido de mexer no time quando não precisava. Se o Villa passar, é zebra, e das grandes.

Villarreal: Diego López, Godín, Gonzalo Rodríguez, Ángel López, Capdevilla; Marcos Senna, Eguren, Ibagaza (Franco), Cani (Mati Fernandez); Giuseppe Rossi, Llorente (Pires). Técnico: Manuel Pellegrini.

Arsenal: Almunia (Fabianski), Sagna, Touré, Gallas (Djourou), Clichy; Song, Fábregas, Denilson, Walcott (Eboue); Nasri, Adebayor. Técnico: Arsène Wenger.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Enfim, semifinais!

Já estava saturado toda quarta e domingo ter de acompanhar a saga de um time pequeno. Normalmente, após o apito inicial, a invencibilidade não durava nem 15 minutos. Em São Paulo, devido à maior qualidade, clubes de menor expressão até ensaiavam uma surpresa. Muito pouco. Tanto que o Corinthians, terceiro colocado, terminou a primeira fase invicto.

Por um abismo entre os níveis técnicos – olha o inchaço aí –, só os grandes se classificaram. Melhor para o futebol, que terá ao menos quatro fins de semana seguidos só de clássicos. Tanto no Rio quanto em São Paulo. Vamos aos pitacos do mata-mata no Estaduais.

Campeonato Carioca

Vasco x Botafogo – pela campanha irretocável na Taça Rio (8 vitórias em 8 jogos), o Vasco entra com um leve favoritismo, além do Botafogo ter o difícil compromisso na quarta-feira, contra o Americano, em Campos. O fato de já estar com vaga na final não é uma desculpa em si, mas pode tranqüilizar os alvinegros até demais dentro de campo. A conferir. Vasco 60% – 40% Botafogo.

Flamengo x Fluminense – o clássico deste domingo provou que não há uma diferença enorme entre as duas equipes quando o assunto é futebol jogado. Apesar de invicto no comando de Parreira, o Tricolor ainda não se encontrou. O Rubro-Negro segue pelo mesmo caminho. Possíveis diferenciais: Fred, que terá uma semana inteira de treino, e a desgastante viagem do time de Cuca à Belém no meio de semana. Flamengo 50% – 50% Fluminense.

Campeonato Paulista

Palmeiras x Santos – que o Palmeiras é mais time todo mundo sabe. Prova disso é a campanha de ambos na primeira fase. Nada exagerado, no entanto. E o Santos não terá uma pressão enorme nas costas chamada Sport. Nas duas próximas quartas, o time de Luxemburgo define o seu futuro na Libertadores. A favor ainda do time de Vagner Mancini é o ótimo retrospecto recente, o que só comprova sua evolução. Prevejo dois jogos com muitos gols. Mas a vantagem do empate ainda faz a diferença. Palmeiras 55% – 45% Santos.

São Paulo x Corinthians – o Corinthians poderia ter vencido o Mirassol. Ganharia a excelente vantagem do empate nos dois jogos, além do mando de campo na partida decisiva. O 2 a 2 não caiu muito bem. E agora terá uma missão cascuda pela frente. Eliminar o São Paulo num mata-mata não é tão “fácil” quanto parece – pergunte a Internacional, Grêmio e Fluminense o quanto suaram. O time de Muricy ainda pode se dar ao luxo de poupar jogadores na Libertadores – o que duvido muito –, pois já está bem resolvido em sua chave. Previsão de dois jogos pegados e muito estudo de ambos os técnicos. Mas ainda acredito em Ronaldo e Washington, afinal, eu quero ver gol. São Paulo 55% – 45% Corinthians.

Os cinco caras do fim de semana

A coluna ficou de fora da semana passada, mas está de volta neste domingo. Com destaque para o golaço de Grafite, que fez a dobradinha nesta seção, na vitória avassaladora sobre o Bayern de Munique. Confira os cinco melhores do fim de semana, no Brasil e no mundo.


Grafite (Wolfsburg) – dois gols na goleada de 5 a 1 contra o adversário direto Bayern de Munique pela liderança do Campeonato Alemão. Achou pouco? Clique e assista ao segundo do atacante, uma verdadeira obra-prima. Seleção para ele? Acho que a fila ainda não andou o suficiente.


Macheda (Manchester United) – pressionado pela vitória do Liverpool no sábado, o Manchester United virou para cima do Aston Villa, em Old Trafford, também no finzinho. Cristiano Ronaldo fez dois, mas o que colocou os Red Devils novamente na liderança e com a vantagem de ter um jogo a menos foi o golaço de Federico Macheda, jovem italiano de apenas 17 anos.


Kleber Pereira (Santos) – tudo bem que a Ponte Preta deu uma verdadeira mãozinha, mas o artilheiro, que já havia desencantado na quinta, deixou dois – fora da Vila Belmiro! - e classificou o Santos para as semifinais do Campeonato Paulista.


Índio (Internacional) – o homem Gre-Nal aprontou mais uma das suas. E fez o gol que eliminou o rival do Gaúchão, o quinto nos clássicos, além de derrubar Celso Roth. A festa do centenário Internacional é merecida.


Kléber (Cruzeiro) – mais um hattrick em sua conta. E o Cruzeiro, ainda invicto no ano, fez 7 a 2 no pobre Tupi. O gladiador chegou aos 9 no Campeonato Mineiro, e encostou em Diego Tardelli, que tem 11.

A Liga Mais Charmosa do Mundo

A Premier League é, sim, o campeonato mais charmoso do mundo. É lá que criaram o esporte que nos faz vibrar tanto; é lá que as arenas estão sempre quase lotadas - seja na Premier ou na Quarta Divisão; e é em Londres que vemos praticamente um estádio por bairro. Também é fato que faz tempo que esta liga é disputada por apenas quatro clubes: Manchester United, Liverpool, Chelsea e Arsenal. É fácil perceber isso olhando as quartas-de-final da Uefa Champions League, onde os quatro estão na disputa.

O Manchester é o time mais vistoso, com mais estrelas. Os Red Devils ainda têm o atual melhor jogador mundo. Na rodada deste fim-de-semana, além de Ronaldo, brilhou a estrela de Sir. Ferguson e de seu mais novo pupilo - o jovem italiano Macheda. Quando o menino entrou em campo, o Aston Villa vencia por 2 a 1, aos 34 do segundo tempo. Cristiano Ronaldo empatou em um belo chute de fora da área, e depois Macheda fez um golaço, o da virada. Está difícil segurar o tri do Manchester, apesar de ainda haver tempo para tal.

Quem pode acabar com a festa do Manchester é o Liverpool. Os Reds estão mais fortes do que nas últimas temporadas, tanto no papel quanto em campo. Gerrard e Fernando "el Niño" Torres são os destaques deste time. Conseguiu uma vitória suada neste fim-de-semana, característica de uma equipe que quer ser campeã. Já na Champions, é time copeiro que sempre cresce nos momentos decisivos. Minha torcida nos dois torneios fica para o Liverpool. Sou fã deste time vermelho e principalmente de Stevie G.

Já o Chelsea de Guus Riddink não pode ser menosprezado. Não é o mesmo das últimas quatro temporadas, mas continua forte. O atual técnico é respeitado e tem moral com o grupo, ao contrário de seu antecessor, "Big Phill", que, claramente, foi boicotado pela maior parte dos jogadores. Tem remotas chances na Premier, e se passar pelo Liverpool na Champions fica embalado. Guus Riddink tem as estrelas do time na mão e vai dar trabalho.

O Arsenal é um time que me espanta. Mesmo com a sua política "Tio Patinhas", a equipe está aí, brigando. Na Premier League já não tem mais chances. E isso não é de se espantar, principalmente nas diferenças de plantel. O time é muito bom, mas inexperiente e não tem tantas peças de reposição. Mas na Champions foi o "sortudo" do sorteio das quartas-de-final, e vai enfrentar o Villareal. É o time que tem a vaga mais certa nas semi. E tem mais, na Premier ainda enfrenta os candidatos ao título Manchester, Liverpool e Chelsea, tendo a chance de decidir o título. A decisão pode estar nos pés dos meninos do Arsenal.


Duas equipes ainda merecem destaque: Manchester City e Newcastle. A primeira foi comprada por um "bilharadário" da vida, mas não tem a mínima idéia do que fazer com tanto dinheiro. Comprou Robinho. E daí? Só o brasileiro não faz milagre. O time ainda tem alguns poucos "talentinhos", como Kompany, Bridge, De Jong e Bellamy, mas está longe de ser competitivo. Já estavam pensando em comprar Kaká por uma fortuna. Seria uma besteira. Com o mesmo dinheiro, daria para formar uma zaga espetacular, ou então reforçar bem o meio-de-campo e dar um parceiro de ataque bom o bastante para jogar com Robinho. Quem sabe com um técnico bom - pois Mark Hughes é patético - e com um planejamento de verdade, as coisas possam andar bem para o City. Ainda tem chances de levar a Copa da Uefa, mas seria uma surpresa este time conseguir tal feito.

Já o Newcastle é uma equipe que sempre foi boa de se acompanhar. Mas nesta temporada, infelizmente, está muito perto de ser rebaixada. O time é de regular para bom, mas não consegue jogar. Tem grandes jogadores como Owen e Martins. Mas nenhum dos dois consegue encontrar o seu futebol, e Owen faz parte da turma do "chinelinho". Alan Shearer está no comando agora. Tomara que este ídolo consiga trazer motivação para o St. James Park, ou então não teremos o Newcastle na próxima Premier League.